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Idas e vindas no processo criativo

Foto do escritor: Thalison TeixeiraThalison Teixeira

Atualizado: 16 de jan. de 2023



Ao escrever este texto me deparei exatamente com o passo a passo no processo de criação que acontece comigo, tenho uma ideia e a anoto para quando conseguir escrever, desenhar ou projetar. O tempo passa e as vezes meses depois eu encontro esta anotação e ai sim decido usa-la, começo a estruturar e percebo que ainda não é o momento de concluir e deixo por mais um tempo guardada para amadurecer a ideia e enfim concluir. Muitas vezes uma ótima ideia só será produzida algum tempo depois, pois, não temos meios criativos, financeiros, tecnológicos, bagagem projetual ou mesmo de tempo de fazê-la real no momento em que pensamos nela. Isso é normal e devemos aceitar que nem sempre uma ideia surgirá do nada e levar 5 minutos para ficar pronta, precisamos criar o costume de mantê-las anotadas e de fácil acesso quando necessário, eu chamo isso de acervo pessoal de ideias.





Existem inúmeras maneiras de criar o seu acervo de ideias e as mais comuns são cadernetas, post-its, agendas, conversas de WhatsApp consigo mesmo e app's como o TRELLO que é um dos meus favoritos por ter acesso fácil pelo celular e conseguir colocar textos, fotos, e movimentar os temas criando uma ordem de execução e colocando comentários e mais, essa ferramenta é colaborativa e pode ser compartilhada com outras pessoas que estejam envolvidas no processo. Existem exemplos de grandes artistas, compositores e arquitetos que tiveram muito reconhecimento por ideias que surgiram em uma mesa de bar e os primeiros rabiscos foram feitos em guardanapos e pedaços de papel.


O processo criativo não acontece de forma linear, e se assim fosse, não seria tão bom! Acredito muito na colaboração das ideias e que várias cabeças juntas pensam melhor que uma.

Sempre que penso no processo criativo e como ele surge para mim, lembro dos gatilhos que fizeram a ideia vir a tona, geralmente um bom filme, alguma comida gostosa em um ambiente agradável, um passeio que fiz ou mesmo parar tudo que estou fazendo e tomar um banho. Não está ligado diretamente com estas situações, mas sim com o vínculo criado entre a situação, o mundo a volta, o "eu" estando presente naquele momento, e claro que não percebemos isso na hora que está acontecendo, mas temos o subconsciente sempre lidado esperando a hora certa de soltar a grande ideia e o que precisamos fazer é somente anotar e aguardar a hora de executa-la.


Você já teve momentos em que seu inconsciente fala que precisa começar uma tarefa e repetidamente esse pensamento vem pela cabeça e mesmo assim você não escuta e fica procrastinando? Pois é, eu também tenho estes momentos e muitas vezes ele atrapalha, mas em algumas ocasiões este sentimento de não estar cumprindo o que deveria ser feito na hora, é parte do seu processo, chamamos isso de ócio criativo. Reconhecer esta etapa faz com que aos poucos entremos no ritmo do trabalho e captamos elementos outrora não percebidos que são fundamentais para concluir o serviço. O principal é ter em mente o prazo para realizar esta tarefa e não se culpar quando estiver em ócio criativo, afinal faz parte do processo esta percepção de fora para dentro.


Precisamos sim dos 1% de inspiração e os 99% de transpiração para conseguir chegar em um bom resultado, nem sempre começamos pelos 1% com uma grande ideia que seja inovadora e ou, revolucionária. Geralmente quando se trabalha com processo criativo o tempo todo e tem-se prazo para entregar a ideia ao contratante ou ao professor no caso dos alunos, começamos com os 99% de transpiração e no meio do processo após grandes surtos existenciais e desespero, paramos tudo, entramos no ócio, e durante este momento em que não fazemos nada diretamente ligado a este processo a grande ideia vem e podemos em fim voltar ao trabalho. Muitas vezes o que precisamos mesmo é simplesmente começar.



Uma ótima forma de ganhar embasamento para sua ideia é ter em mente que inovação não significa criar algo do nada e que isso vá mudar a vida das pessoas, mas pensar que inovação pode ser ressignificar algo que já exista e esteja em desuso ou ultrapassado. Buscar referências em algo já feito é importante até para evitar erros no meio do caminho e ganhar consistência no seu trabalho, criar parâmetros que possam ser mensuráveis e saber se a ideia será socialmente aceita. Na arquitetura chamamos estas referências de obra análoga e baseia-se em buscar projetos que adotaram os mesmos princípios que você quer passar no seu trabalho e ou tenha dado soluções que possam ser aplicadas segundo o estilo arquitetônico apresentado por características presentes nas referências do seu cliente.


Se este texto ajudou você e o motivou a seguir descobrindo e reinventando seu processo criativo, compartilhe com os amigos que estão no mesmo processo e caso tenha dúvidas ou sugestões pode ficar a vontade para deixar aqui embaixo seu comentário.


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