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Empreendedorismo e o medo do novo

Foto do escritor: Thalison TeixeiraThalison Teixeira

Atualizado: 26 de jan. de 2023



Este é um texto que desenvolvi a algum tempo sem saber que teríamos uma pandemia mundial em pleno 2020 e que isso impactaria a vida de todas as pessoas, nas rotinas, a forma como vemos e vivenciamos o trabalho. Agora nos resta aprender com o acontecido e extrair o máximo de coisas boas para fortalecer as nossas bases no pós pandemia.

Tá eu sei o que isso quer dizer para 90% das pessoas que possuem ideias para largarem seus empregos e começarem a desbravar o caminho do empreendedorismo. Conheço boa parte dos gatilhos que levam a agir e tomar uma iniciativa, e sou bem convicto que este é um ótimo caminho a seguir pelos inúmeros casos de sucesso que tenho como referência, mas o que acontece quando chega a minha vez de trilhar este caminho e fazer dar certo? Sempre que coloco no papel as coisas ficam mais difíceis do que na cabeça, o porquê disso?





Precisamos simplificar as coisas e aprender que não existe essa de errar no empreendedorismo, o que acontece é uma "fase beta", um "2.0" ou uma "prototipagem". Somente assim conseguiremos tirar esta carga enorme que é o medo do fracasso das nossas costas. Comece pequeno, faça a preço de custo, teste todas as possibilidades, aprenda com os primeiros clientes e não reclame que está levando prejuízo por vender barato, são estas oportunidades que farão seu produto melhorar e fará de você uma pessoa calejada em seu nicho de mercado.

Ao conversar com pessoas da minha confiança eles escutam a ideia e logo em seguida começam a opinar no que seria "melhor" para mim, claro que isso é na cabeça delas, através das experiências boas e outras nem tanto sim no caminho que ainda é um tabu para muitos, em um país no ranking com mais iniciativas empreendedoras do mundo. Saber ouvir estas pessoas é muito importante, só que, o mais importante é filtrar somente o relevante para você e descartar toda essa carga negativa que vem junto da narrativa. Todo projeto ou negócio precisa de uma pessoa negativa para ajudar a mensurar os riscos e assim poder atuar pontualmente para evita-los, mais do que uma pessoa com essa característica é quase uma receita de fracasso preestabelecida, então escolha bem as pessoas as quais vai dividir suas ideias e projetos.


A trajetória de um "mine empreendedor" e o desbravamento em meio ao desconhecido.


Aos 9 anos de idade um menino vê uma oportunidade de montar o seu primeiro negócio, ao perceber que os colegas da escola gostam de desenhos de personagens de animes e gibis infantis, isso no início dos anos 2000, mais que depressa ele oferece seus serviços e passa a fazer estes desenhos nas capas de caderno dos colegas, em seguida participa de concurso de desenho da escola, junta o dinheiro destes desenhos e passa a comprar tintas para pintar telhas e telas e vender também para as professoras, o mercado fica defasado e aos poucos não tem mais saída com desenhos e quadros, o garoto então passa a ver que a moda na escola é as bijuterias de miçangas e penas, mais que depressa ele aprende a fazer pulseiras e brincos de pena, claro que ele usava as penas de galinha que tinha no quintal da casa da avó e isso reduzia o custo das peças finais, aprendeu então a fazer chaveiros, bolsas de pedras que eram enviadas para o exterior, com a ajuda de sua mãe que conhecia a pessoa que exportava as bolsas.

O tempo passa e já com 13 anos as coisas na vida deste garoto deram uma reviravolta e ele encontra um novo nicho para atuar, no ramo de confeitaria ele encontra uma oportunidade de vender mais e ganhar pelo volume, então passa a fazer bombons e vendê-los nas horas vagas após a aula e a fabrica-los no período da noite, a você pensa, "neste momento que o garoto agora encontrou-se e virou um chefe confeiteiro", mas novamente as coisas mudam ele encontra uma vaga no comércio e passa a trabalhar de carteira assinada aos 15 anos como aprendiz em uma papelaria, em seguida começa a vender pizzas caseiras para complementar a renda entre um serviço e outro... os anos passam rápido entre o ensino fundamental e o médio. Com o início da graduação novamente busca novas possibilidades e na indústria conseguiu uma chance de trabalhar no comercial, aprendeu sobre gerenciamento, processos e negociação.

Com o fim da graduação após 16 anos de ter começado sua carreira empreendedora esse mesmo garoto, hoje como um jovem arquiteto se depara com o medo de empreender.

Parece que é o fim da história e que a solução é aceitar que não é mais essa pessoa e não será possível seguir empreendendo porque já está acostumado a trabalhar de carteira assinada, manter-se em sua zona de conforto e deveria seguir assim. A história acima é um resumo da minha trajetória como profissional e mostra o básico do caminho que trilhei até os dias de hoje, claro que não mostrei "o caminho das pedras", não citei todas as dificuldades e como apliquei todas as características do comportamento empreendedor e mais, não falei como lidei com os clientes, driblei as adversidades, aprendi com erros, superei objeções e rejeições por parte de clientes.


Experiências como essas são adquiridas com o tempo, prática e muita dedicação, o meu caminho não está completo e mantenho-me em construção todos os dias. Ainda tenho o frio no estomago, inseguranças de quem está começando em um novo ramo profissional e tendo de descobrir na prática como se manter vivo neste mercado que muda cada vez mais rápido. Já ouvi dizer que "empreender é se jogar de um precipício sem saber o que tem embaixo”? "Dar o tiro no escuro e esperar que a bala atinja o alvo”? Em ambas as situações a única certeza é que não estamos preparados para o que vem a seguir e mesmo assim nos jogamos e atiramos nossos dardos contando com a possibilidade de algo melhor para além de onde estamos agora.




"Empreender é ter medo e mesmo assim seguir com medo, porque somente assim que satisfará sua inquietação interna e o desejo de ser e ter mais do que é, e tem agora".

Se você assim como eu tem uma trajetória parecida, mantem o medo de arriscar com você para usá-lo quando necessário, tem aquele frio na barriga e uma empolgação que grita dentro de você quando tem uma ideia nova. Acredito que saber que não é o único é de grande ajuda, muito prazer, eu sou Thalison Teixeira, arquiteto, idealizador da @tbtarquitetura, escritor deste artigo e personagem da narrativa.

Se este texto ajudou você e o motivou a seguir, compartilhe com os amigos que estão no mesmo processo e caso tenha dúvidas ou sugestões pode ficar à vontade para deixar aqui embaixo seu comentário.

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